The Mad Scientist / O Cientista Louco

In honor of my final immunotherapy treatment, I wrote a very short story for my beloved nurses at Hospital da Luz. They have been incredible through this whole journey and I feel very blessed. 

They requested my story be in Portuguese, so here goes. I'll admit to having used DeepL to translate it, then I read through it to see if there were any changes I could make. I read the language better than I speak or write it.

Where I'm thrilled to be done (hopefully) with my treatment for my lymphoma, my Portuguese needs a lot of work. So much to still learn. Much like the lady in this story.

Here's the English version for you, followed by the European Portuguese version.

​Enjoy!

Em homenagem ao meu último tratamento de imunoterapia, escrevi um pequeno conto para as minhas queridas enfermeiras do Hospital da Luz. Elas foram incríveis durante toda esta jornada e sinto-me muito abençoada.

Elas pediram que o meu conto fosse em português, então aqui está. Admito que usei o DeepL para traduzi-lo e depois li-o para ver se havia alguma alteração que pudesse fazer. Leio a língua melhor do que a falo ou escrevo.

Embora esteja muito feliz por ter terminado (espero) o meu tratamento para o linfoma, o meu português precisa de muito trabalho. Ainda tenho muito a aprender. Tal como a senhora desta história.
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Aqui está a versão em inglês para vocês, seguida da versão em português europeu.
Aproveitem!

The Mad Scientist
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It all started because of an advertisement on the internet. I know, I shouldn’t be reading those, but who can resist one that said, “What Do You Want Most In Life?”
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And now I’m in some scientist’s laboratory, wondering what I was thinking. Honestly, this guy looks crazy, his hair sticking up in all directions, his white lab coat wrinkled. And he twitches a lot. 

"You're joking," I said.
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​"I am not,” he said. “You drink my potion and then you will have what you most wish for in this life."

I’ll be honest, I’m never good at making decisions. I have trouble deciding which blouse to wear each morning, and I’m supposed to know what awesome thing I really want? And then drink a potion just to get it?

“Well?” he demanded. “I don’t have all day.”

I reviewed my options: Having hair that always looked great would be nice. No, I needed something more. Much more. Something better than being rich or beautiful or anything like that.

I know! I want to fly. Yeah, that's it. I want to be able to zoom around like an eagle. Or maybe an owl. Yeah, that'd be even better. Owls sail through the air like they own it. They’re seriously awesome.

That's what I want to do. I want to be the world's coolest aviator. Flapping my arms, soaring away. That would be fun.

This guy keeps twitching and that makes me nervous. He seems too keen on this whole deal. He's almost drooling in anticipation.

But hey, what do I care? I'll be able to fly! I can go anywhere I want and not have to buy an airplane ticket. Europe? Japan? Anywhere! I might even get my own television show. The Flying Woman! How cool would that be? Sponsorships, guest appearances. That would rock.

"Time's up," he said, his twin caterpillar thick eyebrows rising in unison. "What is your choice? Wealth? Power? Immortality?"

Immortality? I hadn't even considered that living forever was an option. Nyah, that would get boring. Very boring.

I took  a deep breath. "I want to fly."

Both eyebrows descended, clearly disappointed. "That’s all?" 

“Yes. I want to be able to fly. You know, like an owl. Flap my arms and off I go."

He shook his head and then sighed. "Then that's what it shall be."

The scientist three different liquids into a beaker, mixed them, then poured that into a metal goblet and offered it to me. "Last chance to back out."

I hesitated. "What do you get from this?"

"Research data, nothing more," he replied, a bit too quickly for my comfort.

“You know any Hollywood producers?” He shook his head. I gave in and took the goblet. "How long does this last?”

"About six months."

That'd work. I'd have made it around the world by then.

"Okay, here goes," I said.

I took a test sip of the liquid and found it tasted like flat beer mixed with motor oil. I forced my taste buds to ignore that and gulped it down. Setting the goblet back on the counter I smiled. That hadn't been too bad.

The mad scientist smiled in return. It wasn't a comforting smile.

Time passed, a few minutes. And then I my arms began to itch. I glance down and see bumps forming on my skin.

“Wait! What are these?”

“You said you wanted to fly. You’ll need wings and feathers for that.”

“What? No! I meant to fly as a human!”
​
He laughed. And then laughed some more as the wings and feathers continued to grow.

​Months later . . .

Mouse fur is caught in my teeth again and I hate that. Better than rabbit fur though. That stuff gets everywhere. I thought owls didn’t have teeth. Well, except me.

Right now I'm perched in a tall pine tree in the North Georgia mountains, surveying my kingdom. I never made it to Europe. Or got my own television show. Instead I spent the last five months hunting vermin, hooting a lot, and counting down the days until the wings disappear.

At first I was shocked. I figured I’d be a lady who could fly, not an owl with a human hidden inside. But once I completed my transformation, the flying was awesome. Not anymore. I miss my apartment, my job, and my friends.

A movement catches my eye, movement on the ground below. A shrew. A fat one. Lunch!

​As I launch off the branch I can still hear the scientist's laughter when I realized I'd been tricked. But he hadn’t expected me to escape his lair, had he? But I had. I’d left him far behind and vowed revenge for what he’d done to me.

Only a few more weeks and I'm human again. When that happens, I'm going to his lab. Oh yeah. I remember where it was so that won’t be hard. I’m going to watch the place until just the right time, because the crazy guy has to sleep sometime, right?

And then I’m going to take a very fat mouse and cram it down his throat. Yeah, one mouse, one scientist, and a whole lot of choking. That'll teach him.

Then I’m flying to Europe. On a plane, just like everyone else. I will sit on a beach, in Portugal, drinking red wine, watching the sun set over the ocean. Then when night comes, I will walk into the forest.

Owls live there. Owls who are wise and always keen to share their knowledge. Because one thing I’ve learned, they know everything.

 Hollywood? No. Fame and fortune? No.

 My life is good. I see that now. If I could just get the fur out of my teeth, it’d be perfect.
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(c) 2025 Jana Oliver
All rights reserved.

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O Cientista Louco

​Tudo começou por causa de um anúncio na Internet. Eu sei, não devia estar a lê–los, mas quem é que consegue resistir a um que dizia O que é que mais quer na vida?

E agora estou no laboratório de um cientista qualquer, a pensar no que é que eu estava a pensar. Sinceramente, este tipo parece maluco, com o cabelo espetado em todas as direcções, a bata branca do laboratório amarrotada. E contorce–se muito.

— Está a brincar. – disse eu.

— Não estou nada – respondeu ele. — Bebe a minha poção e terás o que mais desejas nesta vida.

Vou ser sincera, nunca fui boa a tomar decisões. Tenho dificuldade em decidir que blusa vestir todas as manhãs, e é suposto eu saber que coisa fantástica quero realmente? E depois beber uma poção só para a conseguir?

— E então? – exigiu ele — Eu não tenho o dia todo.

Revi as minhas opções: Ter um cabelo sempre bonito seria bom. Não, eu precisava de algo mais. Muito mais. Algo melhor do que ser rica ou bonita ou qualquer coisa do género.

​Eu sei! Eu quero voar. Sim, é isso mesmo. Quero ser capaz de voar como uma águia. Ou talvez uma coruja. Sim, isso seria ainda melhor. As corujas voam pelo ar como se fossem donas dele. São mesmo espectaculares.

É isso que eu quero fazer. Quero ser o aviador mais fixe do mundo. Bater os braços, voar para longe. Isso seria divertido.

Este tipo está sempre a contorcer–se e isso deixa–me nervoso. Ele parece demasiado entusiasmado com isto tudo. Está quase a babar–se de antecipação.

Mas, ei, o que me importa? Eu poderei voar! Poderei ir a qualquer lugar que quiser sem precisar comprar uma passagem de avião. Europa? Japão? Qualquer lugar! Talvez até consiga meu próprio programa de televisão. A Mulher Voadora! Não seria incrível? Patrocínios, participações especiais. Seria demais.

— O tempo acabou – disse ele, levantando as sobrancelhas grossas e gêmeas em uníssono.

— Qual é a sua escolha? Riqueza? Poder? Imortalidade?

Imortalidade? Eu nem tinha considerado que viver para sempre fosse uma opção. Nyah, isso seria chato. Muito chato.

Respirei fundo. — Eu quero voar.

​Ambas as sobrancelhas baixaram, desapontadas. — Só isso?

— Sim. Quero ser capaz de voar. Sabe, como uma coruja. Bater os braços e partir.

Ele abanou a cabeça e suspirou. — Então será assim.

O cientista colocou três líquidos diferentes num copo, misturou–os, depois despejou–os num cálice de metal e ofereceu–mo. — Última oportunidade para desistir.

Hesitei. — O que ganha com isto?

— Dados de pesquisa, nada mais – respondeu ele, um pouco rápido demais para o meu gosto.

— Conhece algum produtor de Hollywood? – Ele abanou a cabeça. Eu cedi e peguei na taça.

— Quanto tempo isso dura?

— Cerca de seis meses.

Isso serviria. Eu teria dado a volta ao mundo até lá. — Ok, vamos lá – disse eu.

Provei um gole do líquido e achei que tinha gosto de cerveja sem gás misturada com óleo de motor. Forcei as minhas papilas gustativas a ignorar isso e engoli tudo.

Coloquei a taça de volta no balcão e sorri. Não tinha sido tão ruim assim. O cientista louco sorriu de volta. Não era um sorriso reconfortante.

O tempo passou, alguns minutos. E então os meus braços começaram a coçar. Olhei para baixo e vi protuberâncias a se formar na minha pele.

— Espere! O que é isso?

— Você disse que queria voar. Você vai precisar de asas e penas para isso.

— O quê? Não! Eu queria voar como um humano!
​
Ele riu. E depois riu mais um pouco enquanto as asas e penas continuavam a crescer.

Meses depois ...
 
O pelo do rato está preso nos meus dentes novamente e eu odeio isso. Mas é melhor do que o pelo de coelho. Aquilo fica em todo o lado. Eu pensava que as corujas não tinham dentes. Bem, exceto eu.

Neste momento, estou empoleirada num pinheiro alto nas montanhas do norte da Geórgia, observando o meu reino. Nunca cheguei à Europa. Nem tive o meu próprio programa de televisão. Em vez disso, passei os últimos cinco meses a caçar pragas, a piar muito e a contar os dias até as asas desaparecerem.

No início, fiquei chocada. Achei que seria uma senhora que podia voar, não uma coruja com um humano escondido dentro. Mas, depois de completar a minha transformação, voar era incrível. Agora já não é. Sinto falta do meu apartamento, do meu trabalho e dos meus amigos.

ama a minha atenção, um movimento no chão abaixo. Um musaranho. Um gordo. Almoço!
Ao saltar do galho, ainda consigo ouvir o riso do cientista quando percebi que tinha sido enganada. Mas ele não esperava que eu escapasse do seu covil, esperava? Mas eu escapei. Deixei–o para trás e jurei vingança pelo que ele tinha feito comigo.

Só mais algumas semanas e voltarei a ser humano. Quando isso acontecer, irei ao seu laboratório. Sim. Lembro–me onde ficava, por isso não será difícil. Vou vigiar o local até chegar o momento certo, porque aquele maluco tem de dormir em algum momento, certo?

E então vou pegar um rato bem gordo e enfiar na garganta dele. Sim, um rato, um cientista e muita sufocação. Isso vai lhe dar uma lição.

Depois vou voar para a Europa. De avião, como todo mundo. Vou sentar na praia, em Portugal, beber vinho tinto e ver o pôr do sol sobre o oceano. Então, quando a noite chegar, vou caminhar pela floresta.

Lá vivem corujas. Corujas que são sábias e sempre dispostas a partilhar o seu conhecimento. Porque uma coisa eu aprendi: elas sabem tudo.
Hollywood? Não. Fama e fortuna? Não.

A minha vida está bom. Agora percebo isso. Se eu conseguisse tirar os pelos dos dentes, seria perfeito.

​(c) 2025 - Jana Oliver
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